Eu não nasci em berço de ouro.
Eu não tenho pais ricos. Aliás, nem pai tenho. Digo que tenho uma ‘pãe’.
Eu não dependo de ninguém para conseguir as minhas coisas. Corro atrás delas ‘com unhas e dentes’.
Eu preciso de pessoas boas ao meu lado, que me ajudem a construir o que eu sou. Pessoas que me critiquem construtivamente.
Eu preciso de amor, carinho, puxões de orelha - também - e de pessoas verdadeiras ao meu lado. Sem bajulações, inveja ou falsidade. Aliás, destas pessoas, quero distância. Muita distância.
Desde o último domingo quis gritar e compartilhar com todos mais uma grande vitória. Agora, é fato. Ontem assinei toda a papelada e é com muito orgulho que digo: COMPREI O MEU CARRO!
Ah, mas não foi fácil. Quem me conhece intimamente, sabe que venho de uma família bem humilde e que há alguns anos tudo o que conquistei até hoje não passavam de sonhos remotos.
Não tenho vergonha de dizer que já morei em favela, que por vezes tínhamos o mínimo para comer, que fomos despejadas, humilhadas, que já moramos de favor e em casas mais humildes do que alguns de vocês que estão lendo, se quer, podem imaginar.
Sim, perdi muitas coisas e tivemos uma infância difícil, mas sobre tudo feliz. Ah, brincamos também, isso muito.
Mesmo com todas as adversidades, eu e minhas irmãs aprendemos desde pequenas que a vida não era fácil.
Crescemos e amadurecemos um pouco mais rápido. Afinal, antes mesmo de nos tornarmos adolescentes, já ganhávamos uns trocados para ajudar em casa.
Já dizia o ditado: ‘Pouco com Deus é muito. Muito sem Deus não é nada. ’
Minha mãe, ela sim tem orgulho de mim. De nós. Não a culpo de nada e fui correr atrás do que ela não pode me dar. Hoje, sou eu quem a recompenso ou pelo menos tento, por ela ser responsável por tudo que sou.
Foi com muito suor e dificuldades que me formei. Trabalhei muito e tentei bolsas de estudo. Fiz de tudo um pouco e em dezembro deste ano serão 3 anos de formada.
No ano passado dei mais um grande passo, talvez, o maior de todos eles: comprei a nossa casa. Sim, a casa que tanto sonhávamos. Até melhor do que em nossos sonhos.
Poxa, minha irmã mais velha, a Mariana, irá se casar no final do ano. Ela e o noivo dela, o Renato, também compraram seu apartamento.
Não acham que minha mãe também está orgulhosa dela?
A minha irmã mais nova, a Cris, que por coincidência hoje completa 24 anos, também está na faculdade.
Todas nós trabalhamos fora e em nossas áreas de formação.
Sim, a ‘dona Nice’ – que já foi doméstica, vendedora ambulante, desempregada e, agora, a doceira/quituteira mais requisitada da vizinhança – tem duas filhas formadas e uma prestes a se formar...
Esta foi só uma parte da minha vida que dividi aqui com vocês. Ainda tenho muitos sonhos, objetivos e metas a alcançar. E continuarei minha busca, sempre com caráter, sorriso no rosto, fé em Deus e a força dos meus verdadeiros amigos e familiares.
Fui!
Tuitei esta frase ontem. Quem não tinha entendido, agora já sabe. |